O princípio do fim do Verão começou esta semana, com os primeiros chuviscos de Setembro. Quase por instinto, há quem se sinta compelido a fazer uma retrospectiva dos dias solarengos: o que fez; o que ainda pretende fazer e, sobretudo, o (muito) que ficou por fazer. Até as mentes mais preguiçosas são férteis neste terreno; a partir de Março comprometem-se a explorar praias pouco conhecidas, a fotografar gaivotas na Berlenga, a praticar mais desporto, etc. Eu já me deixei disso porque, ao invés de criar muitas expectativas, prefiro ter os pés bem assentes na terra.
Por falar em terra e água… É nesta altura do ano que retomo as minhas aulas de natação, ou seja, meto água, muita água, porque sou um daqueles indivíduos que dificilmente aprenderá a nadar bem. Tenho uma estrutura óssea relativamente pesada e uma respiração atabalhoada, logo, canso-me num instante; não estico devidamente as pernas; a velocidade da minha locomoção aquática só tem paralelo com o crescimento da economia portuguesa: é lentaaaaaaaaaaa! Mas eu não cruzo os braços e há quase três anos que desafio a paciência dos professores de natação do Belenenses.
Além destes defeitos e feitios, tenho qualquer constrangimento quando estou imerso em água… É estranho, porque não me lembro de ter passado por nenhuma experiência aterradora com água; apanhei um susto num parque de diversões aquático, há muitos anos, quando caí numa piscina com dois metros de profundidade e, praticamente na mesma altura, andei de barco com vários amigos cuja diversão era pôr à prova a estabilidade da embarcação. Estávamos quatro ou cinco dentro do Bobi, o pequeno barco com lotação para duas pessoas. Berrei a plenos pulmões, mas não fiquei com nenhum trauma e depois destas peripécias meti-me em muitas outras; atravesso o Tejo de cacilheiro nunca menos de seis, oito vezes por semana e nas férias não dispenso um passeio num rio ou mar.
Algo se passa comigo, mas o quê não sei... Até a ver um filme sou capaz de sentir um nó no estômago quando o tema é molhado; foi o que se sucedeu quando vi o Armadilha em Alto Mar, há poucos dias. Coitadas das personagens, algures no mar, incapazes de subir para o convés do iate porque se tinham esquecido pôr a escada em posição; condenados à morte por uma questão de centímetros... Tão perto e tão longe. O facto de ver o filme projectado numa tela gigantesca, com 400m2 e o local do visionamento, à beira rio, reforçou a sensação de angústia.
Por vezes, gostaria de ter o poder de Moisés: afastar as águas!
Saturday, September 16, 2006
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1 comment:
Pois...teres os poderes de Moisés é complicado!!!
Sentes um nó no estomago, com questões molhadas??? lol
Quanto ao filme... peço desculpa pela escolha... mas desconhecia esse teu "constrangimento"! :-)
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