Wednesday, August 06, 2008

Metropolis

Na semana passada, estava eu entregue aos meus pensamentos e a apagar algumas das centenas de mensagens antigas que guardo na minha caixa de correio electrónico – às vezes, tenho a sensação de que se reproduzem às minhas escondidas - quando reparo na entrada de uma colega. Estava visivelmente pertubada, cabisbaixa, tinha os olhos vermelhos e a voz embargava com alguma frequência. O seu estado, físico e de alma, devia-se ao desaparecimento da sua mascote, um daqueles cães de raça xpto, na noite anterior. Ela e o marido bateram a zona em busca do bicho, fizeram e colaram cartazes em sítios estratégicos, contactaram canis, a Polícia, instituições, etc., foi uma espécie de Maddie em versão animal.
O seu sofrimento um pouco atroz e a lassidão que demonstrava todas as manhãs durou exactamente oito dias.
O cão foi recolhido por um bom samaritano, também amante de animais, que teve a gentileza de procurar o dono. Um animal de tal porte e pedigree não podia ser vadio. Tudo está bem quando acaba bem.
Hoje, reparo numa notícia espantosa. Cientistas da Coreia do Sul clonaram um cão de estimação pela primeira vez. Foi um trabalho de encomenda, solicitado e financiado por uma norte-americana. Lembrei-me imediatamente do filme 6.º Dia, protagonizado pelo Governador da California, Arnold Schwarzenegger. Não é uma obra brilhante, mas levanta algumas questões éticas pertinentes. Até onde os cientistas estão dispostos a ir?

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