A edil de Almada, Maria Emília, foi conduzida ao poder em 1987. Nunca mais saiu de lá.
Actualmente, perdi a conta às presidências e outros cargos de nomeada que esta militante da CDU ocupa. Na certa já ultrapassou o número de medalhas ganha pela Superbock... Já que se diz que o poder embriaga as pessoas.
A Maria tem (alguma) obra feita - não fez mais do que a sua obrigação -, sobretudo nas áreas menos desenvolvidas do concelho, mas ainda está muito por fazer. Admito que seja a minha ignorância a falar, mas esperava mais de quem tem três décadas de experiência política.
Alguns bairros e instalações foram requalificados, mas a zona ribeirinha está abandonada; o metropolitano é uma realidade, mas a verdade é que o actual traçado solucionou tantos problemas como os que causou, no comércio local, no tráfego; a política de desenvolvimento económico, se existe, é ineficaz, mas todos os anos gasta-se uma pequena fortuna em teatro e afins. Corre-se o risco de não ter pão para comer, mas para alguns há circo.
Gostava de ver a minha cidade mudar... Para melhor, naturalmente; mas numa região com forte ascendência de esquerda, a alternativa passa forçosamente pelo PS; e o que é que este partido desaustinado oferece aos almadenses? Num passado recente propôs-nos o senhor Torres Couto. Agora, para as autárquicas de 2009, tenta "impingir-nos" o ilustre Paulo Pedroso!
O que é que Almada tem para merecer estes candidatos?
A sua zona ribeirinha, Cacilhas, é conhecida por "terra dos burros". Ora, quem está habituado aos colóquios de vanguarda que têm lugar no Largo do Rato, pode ficar com ideias estranhas àcerca (da inteligência) dos eleitores de Cacilhas.
Subindo um pouco, quase no centro da cidade, é impossível não dar de caras com as estátuas de uma mulher e de um homem acocorados. É o monumento aos perseguidos! Começa a fazer sentido...
Continuando a subir, para a terceira e última etapa da minha viagem, chego ao Santuário do Cristo Rei. Não há pecado que aquele redentor, imponente, maciço e de braços abertos, não perdoe.
Tuesday, April 07, 2009
Monday, April 06, 2009
Abril
- Ai! A roupa que deixei a secar!
- Ih! Não trouxe nada para a chuva!
- Acho que deixei uma janela aberta...
Gosto da chuva e das reacções às primeiras precipitações de Abril.
Quase instantaneamente, folheei o Borda d'Água para ler o adágio escolhido para este mês - "uma água de Maio e três de Abril valem por mil".
- Ih! Não trouxe nada para a chuva!
- Acho que deixei uma janela aberta...
Gosto da chuva e das reacções às primeiras precipitações de Abril.
Quase instantaneamente, folheei o Borda d'Água para ler o adágio escolhido para este mês - "uma água de Maio e três de Abril valem por mil".
Friday, April 03, 2009
Kinder surpresa
É raro falar com a minha amiga Jun, mas sempre que o faço, fico na expectativa de ser surpreendido por uma notícia bombástica.
Nem sempre foi assim. Quando a conheci, há três anos, ela, para mim, era uma pessoa um pouco previsível, simpática, aberta, muito afável e culta; via-a como uma formiga chinesa em Tóquio, não obstante da sua educação superior e das suas funções de executiva na indústria farmacêutica, era uma pessoa "normal" - se é que tal existe - sedentária, dada a poucas aventuras e raramente saía.
Se me recordo, Jun encontrava uma fuga à rotina do quotidiano nas viagens que fazia à China, ora por motivos profissionais ora por ocasião das férias, altura essa que aproveitava para visitar a família. Foi numa destas deslocações que Jun se envolveu emocionalmente com um patrício, um chinês.
Os seus pais, porém, reagiram mal a esta relação. Enquanto a filha tinha um emprego estável e bem remunerado num país próspero, o futuro genro, recém-licenciado, sem fortuna nem negócio de família para cuidar, não apresentava quaisquer "garantias". Provavelmente, imaginavam-na casada com um médico ou empresário japonês... O mundo não é tão diferente como nós o pintamos.
A minha amiga estava decidida e à terceira viagem/miniférias com a "cara metade", Jun anunciou à família que pretendia/iria casar com o namorado. Uma notícia que provocou um verdadeiro terramoto! Mal refeitos do choque, pouco tempo depois sentiram a réplica: Jun deixara o seu emprego (em Tóquio) para ajudar o marido a lançar o seu negócio (em Xangai).
Já se passou um ano e a empresa familiar teima em prosperar. Vai andando, paulatinamente... O que não se percebe porque o produto, supostamente, tinha o toque de Midas e era à prova de fracasso. Trata-se da venda de papel amigo do ambiente, biodegradável e reciclável, feito a partir de rochas. Uma coisa muito à frente!
Eu, se não fosse um pobretanas, era capaz de alinhar no esquema...
Mas sejamos sinceros, em tempos de crise, quem é pensa no ambiente?
O único verde que nos interessa é o das notas na nossa carteira.
Desde então, pouco ou nada mudou, mas Jun surpreendeu-me com duas notícias. A primeira é linda, espectacular e ao mesmo tempo previsível: está em “estado de graça”! Grávida!
Está de cinco meses e radiante. Também estou muito feliz por ela.
A segunda novidade é a incógnita do sexo do “rebento”. Jun já fez vários exames, incluindo ecografias, mas segundo a lei chinesa, o hospital está interdito de lhe revelar o sexo da criança.
Cada casal (chinês) só pode ter um filho. É certo e sabido que nos meios rurais preferem “rapazes”, não só por uma questão cultural, mas também porque os homens podem ajudar mais (no trabalho pesado). Se sabem que lhes vai sair uma menina, há pais que podem ter “ideias erradas".... daí a lei do sigilo.
Jun não se coíbe de criticar o “sistema”, mas fá-lo com a devida delicadeza. Subscrevo-a sem reservas, mas por outro lado, ela sabe que esta guerra passa-lhe um pouco ao lado porque ela é “meio japonesa”. O seu passaporte confirma-o. Pode ter dois, três, quatro filhos... a prole que bem entender!
Felicidades, Jun!
Nem sempre foi assim. Quando a conheci, há três anos, ela, para mim, era uma pessoa um pouco previsível, simpática, aberta, muito afável e culta; via-a como uma formiga chinesa em Tóquio, não obstante da sua educação superior e das suas funções de executiva na indústria farmacêutica, era uma pessoa "normal" - se é que tal existe - sedentária, dada a poucas aventuras e raramente saía.
Se me recordo, Jun encontrava uma fuga à rotina do quotidiano nas viagens que fazia à China, ora por motivos profissionais ora por ocasião das férias, altura essa que aproveitava para visitar a família. Foi numa destas deslocações que Jun se envolveu emocionalmente com um patrício, um chinês.
Os seus pais, porém, reagiram mal a esta relação. Enquanto a filha tinha um emprego estável e bem remunerado num país próspero, o futuro genro, recém-licenciado, sem fortuna nem negócio de família para cuidar, não apresentava quaisquer "garantias". Provavelmente, imaginavam-na casada com um médico ou empresário japonês... O mundo não é tão diferente como nós o pintamos.
A minha amiga estava decidida e à terceira viagem/miniférias com a "cara metade", Jun anunciou à família que pretendia/iria casar com o namorado. Uma notícia que provocou um verdadeiro terramoto! Mal refeitos do choque, pouco tempo depois sentiram a réplica: Jun deixara o seu emprego (em Tóquio) para ajudar o marido a lançar o seu negócio (em Xangai).
Já se passou um ano e a empresa familiar teima em prosperar. Vai andando, paulatinamente... O que não se percebe porque o produto, supostamente, tinha o toque de Midas e era à prova de fracasso. Trata-se da venda de papel amigo do ambiente, biodegradável e reciclável, feito a partir de rochas. Uma coisa muito à frente!
Eu, se não fosse um pobretanas, era capaz de alinhar no esquema...
Mas sejamos sinceros, em tempos de crise, quem é pensa no ambiente?
O único verde que nos interessa é o das notas na nossa carteira.
Desde então, pouco ou nada mudou, mas Jun surpreendeu-me com duas notícias. A primeira é linda, espectacular e ao mesmo tempo previsível: está em “estado de graça”! Grávida!
Está de cinco meses e radiante. Também estou muito feliz por ela.
A segunda novidade é a incógnita do sexo do “rebento”. Jun já fez vários exames, incluindo ecografias, mas segundo a lei chinesa, o hospital está interdito de lhe revelar o sexo da criança.
Cada casal (chinês) só pode ter um filho. É certo e sabido que nos meios rurais preferem “rapazes”, não só por uma questão cultural, mas também porque os homens podem ajudar mais (no trabalho pesado). Se sabem que lhes vai sair uma menina, há pais que podem ter “ideias erradas".... daí a lei do sigilo.
Jun não se coíbe de criticar o “sistema”, mas fá-lo com a devida delicadeza. Subscrevo-a sem reservas, mas por outro lado, ela sabe que esta guerra passa-lhe um pouco ao lado porque ela é “meio japonesa”. O seu passaporte confirma-o. Pode ter dois, três, quatro filhos... a prole que bem entender!
Felicidades, Jun!
Thursday, April 02, 2009
Abertura fácil
Não gosto de fazer compras numa base diária; um pãozinho hoje, umas frutas amanhã, legumes no dia seguinte... Perde-se imenso tempo e acabo sempre por gastar mais dinheiro do que tinha inicialmente previsto. Ao invés disso, prefiro ir ao supermercado ao sábado ou ao domingo de manhã e ficar logo despachado por uns tempos.
Porém, como passei o o fim-de-semana fora, ontem tive de comprar algumas verduras.
Estava prestes a fazer um pagamento numa mercearia ao pé de casa quando, encostado à caixa, vejo uma promoção à cerveja Tagus. O preço não era muito apelativo, aliás, a simpática dona Augusta que me perdoe, mas se continuo a pôr lá os pés deve-se apenas à conveniência da proximidade e ao horário de funcionamento tão ou mais flexível do que o homem elástico...
Como ainda era cedo e só tinha água (da torneira) para beber à refeição, decidi cometer uma pequena loucura e comprei uma embalagem de (seis) cervejas. Tagus, naturalmente. Gosto muito do seu sabor suave (5%) e distinto - talvez por ser a única que é elaborada (só) com água, cevada e lúpulo. Além disso, cada garrafa contém 25 cl, a medida exacta entre a mini e a média.
À refeição, chegada a hora de sorver aquele néctar, reparei numa das frases estampadas na embalagem: "abertura fácil". Óptimo! Peguei numa garrafa e tentei tirar-lhe a carica. Rodei para a esquerda, torci para a direita e nada. Estaria tão fraquinho? Com as mãos molhadas? Ou muito simplesmente seria falta de prática? Repeti a operação com o auxílio de um pano e dei mais uns quantos jeitos na carica... outra vez sem êxito.
Começou a dar trabalho de mais para uma "jola", ainda que seja uma Tagus, sem mais delongas recorri ao saca-caricas e ponto final parágrafo.
Com a tampa numa mão e a garrafa na outra, tentei perceber o que se tinha passado. Não vi sinais de roscas nem de quaisquer sistemas de encaixe. Era uma garrafa igual a tantas outras. Fitei a embalagem e revirei os olhos. A abertura fácil referia-se à embalagem de cartão; essa mesma que toda a gente rasga para sacar de lá as garrafas. Eu sei que a cerveja é uma bebida espirituosa, mas foi uma piada muito seca.
Porém, como passei o o fim-de-semana fora, ontem tive de comprar algumas verduras.
Estava prestes a fazer um pagamento numa mercearia ao pé de casa quando, encostado à caixa, vejo uma promoção à cerveja Tagus. O preço não era muito apelativo, aliás, a simpática dona Augusta que me perdoe, mas se continuo a pôr lá os pés deve-se apenas à conveniência da proximidade e ao horário de funcionamento tão ou mais flexível do que o homem elástico...
Como ainda era cedo e só tinha água (da torneira) para beber à refeição, decidi cometer uma pequena loucura e comprei uma embalagem de (seis) cervejas. Tagus, naturalmente. Gosto muito do seu sabor suave (5%) e distinto - talvez por ser a única que é elaborada (só) com água, cevada e lúpulo. Além disso, cada garrafa contém 25 cl, a medida exacta entre a mini e a média.
À refeição, chegada a hora de sorver aquele néctar, reparei numa das frases estampadas na embalagem: "abertura fácil". Óptimo! Peguei numa garrafa e tentei tirar-lhe a carica. Rodei para a esquerda, torci para a direita e nada. Estaria tão fraquinho? Com as mãos molhadas? Ou muito simplesmente seria falta de prática? Repeti a operação com o auxílio de um pano e dei mais uns quantos jeitos na carica... outra vez sem êxito.
Começou a dar trabalho de mais para uma "jola", ainda que seja uma Tagus, sem mais delongas recorri ao saca-caricas e ponto final parágrafo.
Com a tampa numa mão e a garrafa na outra, tentei perceber o que se tinha passado. Não vi sinais de roscas nem de quaisquer sistemas de encaixe. Era uma garrafa igual a tantas outras. Fitei a embalagem e revirei os olhos. A abertura fácil referia-se à embalagem de cartão; essa mesma que toda a gente rasga para sacar de lá as garrafas. Eu sei que a cerveja é uma bebida espirituosa, mas foi uma piada muito seca.
Wednesday, April 01, 2009
Purga(tório) de livros
Recuando um pouco no tempo, não muitos anos, lembro-me do ambiente em jeito de romaria que a Feira do Livro destilava. Ansiava por estes dias de Maio porque era a altura do ano em que tinha acesso a uma montra inaudita de livros.
Livros, livros e mais livros de todas as cores, tamanhos, assuntos, preços... cheiros e sabores porque há quem "devore" estas criaturas de papel. Até mesmo quem raramente lê, se fosse à feira arriscava-se a trazer uma obra qualquer.
O meu entusiasmo pelos livros não esmoreceu e a feira continua a atrair milhares de visitantes, não obstante dos preços praticados pelos editores e das guerras de bastidores dos mesmos.
Além d(est)a feira; ruas, praças, estações, centros comerciais e espaços mais ou menos públicos passaram a acolher mercados de livros - só no percurso diário que faço de casa ao trabalho passo por três feiras deste tipo - que têm nomes sugestivos como "festa dos livros", "volta a Portugal dos livros", "livros em saldo"... São tantas que, nunca pensei dizer isto, já se tornaram uma praga! A ideia é louvável, incitar hábitos de leitura, mas o recheio destes bazares ambulantes não só é uma babilónia como chega a ter um efeito contraproducente.
Romances de cordel caem sobre manuais de filologia; bandas desenhadas da década de 1980 têm preços do século XXI; guias de turismo propõem-nos viagens (no tempo) à República Democrática Alemã; fascículos e livrinhos de culinária, em tempos oferecidos por revistas femininas, são vendidos como se se tratassem de novidades... As raríssimas excepções que me perdoem, mas aquela barafunda tira-me a vontade de ler.
Livros, livros e mais livros de todas as cores, tamanhos, assuntos, preços... cheiros e sabores porque há quem "devore" estas criaturas de papel. Até mesmo quem raramente lê, se fosse à feira arriscava-se a trazer uma obra qualquer.
O meu entusiasmo pelos livros não esmoreceu e a feira continua a atrair milhares de visitantes, não obstante dos preços praticados pelos editores e das guerras de bastidores dos mesmos.
Além d(est)a feira; ruas, praças, estações, centros comerciais e espaços mais ou menos públicos passaram a acolher mercados de livros - só no percurso diário que faço de casa ao trabalho passo por três feiras deste tipo - que têm nomes sugestivos como "festa dos livros", "volta a Portugal dos livros", "livros em saldo"... São tantas que, nunca pensei dizer isto, já se tornaram uma praga! A ideia é louvável, incitar hábitos de leitura, mas o recheio destes bazares ambulantes não só é uma babilónia como chega a ter um efeito contraproducente.
Romances de cordel caem sobre manuais de filologia; bandas desenhadas da década de 1980 têm preços do século XXI; guias de turismo propõem-nos viagens (no tempo) à República Democrática Alemã; fascículos e livrinhos de culinária, em tempos oferecidos por revistas femininas, são vendidos como se se tratassem de novidades... As raríssimas excepções que me perdoem, mas aquela barafunda tira-me a vontade de ler.
Duas seguidas
A minha primeira experiência de caminhada foi excruciante e ao mesmo tempo divertida. Habituado a percorrer longas distâncias a pé, mas em percursos urbanos, à qual somava a prática regular de natação, julgava estar fisicamente preparado para caminhar em trilhos montanhosos quando me lançaram esse desafio. Além do mais, o trilho proposto tinha pouco mais de 12 quilómetros e estava classificado com grau médio de dificuldade.
Estavam, a meu ver, reunidas as condições minímas. O meu "guia", porém, habituado àquelas aventuras, resolveu pregar-me uma partida: O homem ligou o "turbo" mal nos pusemos a caminho!
Aguentei o ritmo em terreno pouco íngreme, mas à medida que as subidas se acentuavam, tornou-se-me penoso acompanhá-lo. Às tantas, ele distanciava-se poucos metros, parava por uns momentos à minha espera e perguntava-me se eu queria parar. Não lhe dei esse prazer; disse-lhe que era mais lento, por falta de hábito, mas que estava tudo bem. Mal ele me dava as costas e acelerava, eu arfava e resfolegava como um cão... Mas silenciosamente!
O trilho, segundo algumas revistas e brochuras, era coisa para levar 4 a 5 horas. Nós fizemo-lo em 3 horas e meia. Missão cumprida e comprida!
No dia seguinte estava fresquinho e retomei as minhas voltinhas de turista; mais tarde vim a saber que o meu "amigo" ficou em casa a jogar PlayStation... Com os músculos doridos!
Raramente me recordo deste episódio, mas na sexta-feira passada não pude deixar de o fazer porque me meti "noutra": uma caminhada de dois dias. Sinto-me bem e razoavalmente em forma. Há meses que tenho o hábito de andar de bicicleta, dou alguns passeios a pé durante semana e ocasionalmente até faço caminhadas. Mas uma a seguir à outra é novidade para mim! Não me sinto assaltado pelo medo do fracasso, mas ninguém gosta de fazer má figura...
O primeiro dia correu lindamente. Ainda receei que as botas/ténis me "mordessem", mas pelos vistos já estão moldadas aos meus pés. Cheguei ao fim do trilho cansado mas satisfeito, e os 24 quilómetros da etapa esticaram para 27 ou 28 porque o albergue e o restaurante distavam alguns quilómetros.
Acordei mais cansado do que quando me deitei e sabia que tinha pela frente uma etapa diferente da do dia anterior. Menos quilómetros, mas com declives e com uma ribeira para atravessar.
Esforcei-me por manter o mesmo ritmo do príncipio ao fim, alheio aos desníveis do terreno - muitos queixam-se das descidas, mas são as subidas que mais me custam - e não podia ter corrido melhor. Cheguei/chegámos praticamente no pelotão da frente! Até ao último caminheiro chegar ao ponto de encontro, tive de esperar cerca de uma hora.
Para mim, pelo menos para já e provavelmente por este ano, acabou-se a Via Algarviana, mas fiquei a pensar quantos mais dias conseguiria manter-me em "prova"... Talvez em 2010 tire férias para tentar a travessia completa, os 14 dias!
Estavam, a meu ver, reunidas as condições minímas. O meu "guia", porém, habituado àquelas aventuras, resolveu pregar-me uma partida: O homem ligou o "turbo" mal nos pusemos a caminho!
Aguentei o ritmo em terreno pouco íngreme, mas à medida que as subidas se acentuavam, tornou-se-me penoso acompanhá-lo. Às tantas, ele distanciava-se poucos metros, parava por uns momentos à minha espera e perguntava-me se eu queria parar. Não lhe dei esse prazer; disse-lhe que era mais lento, por falta de hábito, mas que estava tudo bem. Mal ele me dava as costas e acelerava, eu arfava e resfolegava como um cão... Mas silenciosamente!
O trilho, segundo algumas revistas e brochuras, era coisa para levar 4 a 5 horas. Nós fizemo-lo em 3 horas e meia. Missão cumprida e comprida!
No dia seguinte estava fresquinho e retomei as minhas voltinhas de turista; mais tarde vim a saber que o meu "amigo" ficou em casa a jogar PlayStation... Com os músculos doridos!
Raramente me recordo deste episódio, mas na sexta-feira passada não pude deixar de o fazer porque me meti "noutra": uma caminhada de dois dias. Sinto-me bem e razoavalmente em forma. Há meses que tenho o hábito de andar de bicicleta, dou alguns passeios a pé durante semana e ocasionalmente até faço caminhadas. Mas uma a seguir à outra é novidade para mim! Não me sinto assaltado pelo medo do fracasso, mas ninguém gosta de fazer má figura...
O primeiro dia correu lindamente. Ainda receei que as botas/ténis me "mordessem", mas pelos vistos já estão moldadas aos meus pés. Cheguei ao fim do trilho cansado mas satisfeito, e os 24 quilómetros da etapa esticaram para 27 ou 28 porque o albergue e o restaurante distavam alguns quilómetros.
Acordei mais cansado do que quando me deitei e sabia que tinha pela frente uma etapa diferente da do dia anterior. Menos quilómetros, mas com declives e com uma ribeira para atravessar.
Esforcei-me por manter o mesmo ritmo do príncipio ao fim, alheio aos desníveis do terreno - muitos queixam-se das descidas, mas são as subidas que mais me custam - e não podia ter corrido melhor. Cheguei/chegámos praticamente no pelotão da frente! Até ao último caminheiro chegar ao ponto de encontro, tive de esperar cerca de uma hora.
Para mim, pelo menos para já e provavelmente por este ano, acabou-se a Via Algarviana, mas fiquei a pensar quantos mais dias conseguiria manter-me em "prova"... Talvez em 2010 tire férias para tentar a travessia completa, os 14 dias!
Subscribe to:
Posts (Atom)