Os cartazes dizem que Almada está a um metro do futuro. Propaganda política! Quem vive em determinadas zonas desta cidade, sabe que o presente tem quilómetros de inconvenientes. Abundam paredes pixadas, vendedores (de fruta) ambulantes que conspurcam a zona ribeirinha, passeios sarapintados com dejectos de cão, trafica-se droga às claras e, agora, junta-se-lhe a mãe de todas as obras: o metro.
Durante um ou dois anos este empecilho mordeu os calcanhares (do centro) da cidade, ficando às portas como um invasor indesejado. No entanto, o assédio levou a melhor e a construção do metro já arrancou calçadas e asfalto a escassos metros da minha casa, tornando a circulação de peões e de viaturas um verdadeiro quebra-cabeças.
Se em circunstâncias normais, o estacionamento me obriga(va) a palmilhar ruas, pracetas e becos antes de encontrar um cantinho, o que direi agora… Mas este meio de transporte, mais democrático e amigo do ambiente, segundo os seus promotores, trouxe mais novidades: Noventa ou mais por cento dos estacionamentos públicos disponíveis da minha freguesia foram transformado em lugares para residentes. Sim, sou residente, mas para o provar é necessário tratar da papelada. Tenho de me deslocar à junta de freguesia, meter-me em bichas, lidar com o típico civismo lusitano no que toca às bichas, e apresentar a seguinte documentação:
Bilhete de identidade
Carta de condução
Cartão de eleitor
Registo de propriedade
Cartão de contribuinte
Seguro automóvel
Recibo do imposto de selo
A carta remetida pelo ministério das finanças com a liquidação do IRS
E ainda a documentação respeitante à inspecção obrigatória
A base de dados que sairá deste imbroglio valerá uma pequena fortuna… em certas mãos. Mas estou confiante de que as intenções da empresa responsável pela gestão do parqueamento público são as melhores do mundo. Afinal, tudo se passa em Almada de Leste e a firma chama-se Ecalma... Para eles, não para mim!
Thursday, February 08, 2007
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